Hoje, tenho que admitir, fui vítima da segregação. Na verdade, você também deveria admitir que foi. Na realidade, todos os dias sou vítima e você também. Mas por que deveríamos admiti-lo? Porque somos. Porque a sociedade brasileira foi de tal modo segmentada que é impossível pertencer a mais de um grupo, ou sequer definir com a devida certeza a qual grupo pertencemos. A igualdade é uma tese infundada, ansiada pelos homens mas concebida, unicamente, em consequência da observância da existência das desigualdades e que por isso, por serem nada mais que latentes e imanentes, serão sempre indissolúveis. Os homens nunca nascerão iguais. Fui segregado e sempre serei porque nunca existirá a igualdade.
Malgrado toda a legislação trabalhista, criminal, e outras imposições empurradas goela adentro da população sob o pretexto de "tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida em que eles se desigualam", em nada contribuem senão para asseverar as dessemelhanças entre classes, sexos e grupos étnicos, dando origem a nada mais que a instituição de privilégios de todos os tipos. Como um privilégio a um determinado "grupo" pode igualar os seus beneficiários a outrem? Como exemplo, cito o tipo penal da injúria agravada. Caso você xingue qualquer ser humano de "filho da puta" a penalidade prevista em lei é infimamente menor que se você venha a proferir uma ofensa como "Seu macaco" a uma pessoa negra ou de descendência negra. Isso transforma não somente a vítima da injúria racial numa vítima mais protegida que o ser humano médio, como, ao mesmo passo, a inferioriza em relação as demais.
A relação entre superproteção e autovalorização, acaba sendo inversamente proporcional. Nesse tipo penal, compara-se a ofensa em razão da raça, à ofensa proferida a um inválido ou deficiente, que dado as suas limitações físicas visíveis, caso sofra algum tipo de ofensa a honra, por já se encontrar numa condição natural inferior, além de não poder se defender a si mesmo a altura, ainda tem a sua moral mais afetada além do que a própria condição física já lhe impôs; assim como equipara a cor da pele a condição de um idoso que não tem condições também físicas de esboçar algum tipo de reação a altura da ofensa sofrida.
Neste escopo, o tipo penal da injúria agravada com cunho racial, por acaso privilegia o quê? Ao se analisar o propósito da lei, denota-se que ela visa "igualar as desigualdades" evidentes e insuperáveis dadas as condições físicas, que por serem objeto da tutela, automaticamente se classificam como inferiores a dos demais. São protegidos porque o atributo que a sua cor de pele demonstra é o de algum tipo de inferioridade. Como exemplo a legislação trabalhista, que iguala os empregados desfavorecidos privilegiando-os quanto ao ônus da prova em relação ao patrão, favorecido naturalmente.
Leis deste tipo, sempre exaltam as diferenças, então nunca poderão ser o condão da igualdade. Então quando a lei privilegia no mesmo tipo penal, uma raça, por acaso nada mais está fazendo que a colocar na imediata condição de inferioridade. Qual a desvantagem ou inferioridade física imanente e visível que uma raça possui em relação às demais, se tidas como iguais entre si? Que a lei vise então, sob outro vértice, forçar que as pessoas se vejam como iguais, impondo um respeito a essa condição proibindo a sua manifestação verbal, acabou, na realidade, asseverando estas diferenças. Isso porque nenhum negro, hoje em dia, se reserva ao direito de não registrar ocorrência policial ao se "sentir" ofendido e sempre que pode utiliza esse pretexto legal de ter sido segregado racialmente.
Leis deste tipo, sempre exaltam as diferenças, então nunca poderão ser o condão da igualdade. Então quando a lei privilegia no mesmo tipo penal, uma raça, por acaso nada mais está fazendo que a colocar na imediata condição de inferioridade. Qual a desvantagem ou inferioridade física imanente e visível que uma raça possui em relação às demais, se tidas como iguais entre si? Que a lei vise então, sob outro vértice, forçar que as pessoas se vejam como iguais, impondo um respeito a essa condição proibindo a sua manifestação verbal, acabou, na realidade, asseverando estas diferenças. Isso porque nenhum negro, hoje em dia, se reserva ao direito de não registrar ocorrência policial ao se "sentir" ofendido e sempre que pode utiliza esse pretexto legal de ter sido segregado racialmente.
Mas o que ninguém percebe é que a intensão desta lei não é o de sedimentar princípio da igualdade. É sim, este, o pretexto, mas a sua finalidade é meramente segregacionista. É legislar de forma segregacionista. A proteção a uma determinada classe, ou grupo é oficializar a existência da diferença através da criação de lei. Vide que a lei não visa educar a sociedade a ver alguém que não é evidentemente igual ou que dê a ele igual tratamento. Unicamente, proíbe a expressão de termos de cunho pejorativo que se relacionem a condição dos privilegiados.
Você pode pensar, pode ter até a certeza(!) de que negros são inferiores; você pode não contratá-los, você pode tratá-los com menos zelo do que dispensaria ao seus iguais; mas proferir tipo de pensamento fundamentado neste tipo de sentimento racista, é proibido. Aliás, não nem proibido ser racista, proibido é manifestar-se como tal. Assim em relação a qualquer raça, como a polonesa por exemplo. Chamar alguém de polaco, desde que o descendente de poloneses se ofenda é também injúria racial. Mas você nunca verá um polonês se sentir tão ofendido ao ser injuriado desta forma a ponto de perder seu tempo e registrar uma ocorrência policial. Por quê? Porque, por mais que a lei inclua genericamente o conceito racial e ainda tenha incluído em seu tipo os deficientes, idosos, etc, no fundo foi feita para o regozijo dos afro-descendentes. E a mídia se encarregou de educá-los nesse sentido. E aprenderam bem.
Você pode pensar, pode ter até a certeza(!) de que negros são inferiores; você pode não contratá-los, você pode tratá-los com menos zelo do que dispensaria ao seus iguais; mas proferir tipo de pensamento fundamentado neste tipo de sentimento racista, é proibido. Aliás, não nem proibido ser racista, proibido é manifestar-se como tal. Assim em relação a qualquer raça, como a polonesa por exemplo. Chamar alguém de polaco, desde que o descendente de poloneses se ofenda é também injúria racial. Mas você nunca verá um polonês se sentir tão ofendido ao ser injuriado desta forma a ponto de perder seu tempo e registrar uma ocorrência policial. Por quê? Porque, por mais que a lei inclua genericamente o conceito racial e ainda tenha incluído em seu tipo os deficientes, idosos, etc, no fundo foi feita para o regozijo dos afro-descendentes. E a mídia se encarregou de educá-los nesse sentido. E aprenderam bem.
Isso é parte de um processo de desestabilização da sociedade consistente na sua máxima segmentação. De um lado os burgueses, do outro os proletários; os brancos, negros, amarelos, indígenas, etc; os cristãos, os muçulmanos, espíritas, budistas, etc; e assim cada vez mais grupos surgem. Bairros, ruas, quadras casas. É cada vez mais difícil de se encontrar um fator de unidade nacional quando há tantos interesses e grupos a compondo. E, obviamente, que isso é do interesse de alguém. Como não concluir que isso seja do interesse de algum outro grupo? Alguém irá lucra e está lucrando muito com isso: a ordem que hoje se instala.
Uma nação que se saiba como uma nação, não vê nos seus integrantes seres diferentes apesar das suas diferenças. Brigariam entre si e se ofenderiam sim, na medida de suas desigualdades, mas nunca em função delas. Existiriam entre si respeitando as desigualdades mas não tendo o dever de suportá-las!
No Brasil nunca houve KKK, nunca haverá, mas o discurso segregacionista está tão arraigado na mente tupiniquim que quase acreditam que aqui houve, há e, se nada fizerem contra, continuará a existir.
Joaquim Barbosa, por acaso entrou no STF por cotas? Se um país tão racista, sabe admirar a este Ministro, ao Pelé, aos Ronaldinhos, ao Joaquim Cruz, ao Anderson Silva, e tantos mais, e onde a palavra nunca foi negada a nenhum destes, que país é o nosso senão o menos racista do mundo? Há negros de sucesso em todos os segmentos, mas estes ainda se dizem os desfavorecidos e segregados! Esta é a prova de que a tentativa de desestabilização da sociedade através da sua segmentação foi frutífera. O fato de um segmento nunca discriminado, passar a se dizer segregado, é reflexo, é a consumação de uma educação que visa frisar as diferenças e não amenizá-las.
Foi tão bem sucedida neste sentido a educação deletéria neste país, que isto se reflete em todos os aspectos. Por exemplo, no trabalho, observo que juízes acabam casando-se entre aqueles que julgam seus iguais. Conversam e só tem valor a palavra dos seus iguais. Por mais polidos que sejam no trato com seus dissemelhantes, nunca a palavra destes terá o peso daqueles que estão no seu patamar.
Todos se idiotizaram dentro de grupos dos quais julgam pertencer, mas ao mesmo tempo não se sentem unicamente parte de um único grupo, pois ser humano, não consiste em ter apenas uma faceta, uma vontade, um desejo, mas várias; mas essa pluralização social já contribui para a individualização da pessoa e por mais inserida que se sinta em um grupo o que sente é solidão. Parte sua é de um grupo, parte de outro e assim os grupos dissolvem a individualidade a isolando no aspecto geral da sociedade.
Segmentadamente, a sociedade se divide em diversas classes de imbecis. A classe de imbecis a qual pertenço, não merece acolhida intelectual no meio dos imbecis justiçadores para a qual trabalho. E o que acho e penso, não tem acolhimento algum em seu meio. Aliás faço parte de um grupo que não encontra voz. Talvez eu pertença ao grupo dos mudos que escrevem à noite para si mesmo com o fito de tentar encontrar algum porquê qualquer. Talvez, ao dos curitibanos que vieram morar no interior e se sentem ignorados pelo que os demais temem de si mesmos. Talvez ao grupo dos funcionários públicos da justiça estadual.
Com a criação de tantos grupos diferentes a dificuldade em se enquadrar num deles faz com que deixemos de existir em sociedade. A sociedade deixou de ser composta por cidadãos unicamente, cada qual tem que representar, ou tenta representar, um segmento da sociedade e expressar o interesse desse grupo. Isso é, em si, a dissolução da sociedade e de uma nação. E por isso, meus caros, por isso, as manifestações públicas nunca surtirão efeito neste país.
Ontem, 15/03/2015, uma população segmentada e dividida foi às ruas gritar unida, mas seus brados divididos eram tantos e tão distintos que não se pode ouvir direito o que queriam dizer.
Foi tão bem sucedida neste sentido a educação deletéria neste país, que isto se reflete em todos os aspectos. Por exemplo, no trabalho, observo que juízes acabam casando-se entre aqueles que julgam seus iguais. Conversam e só tem valor a palavra dos seus iguais. Por mais polidos que sejam no trato com seus dissemelhantes, nunca a palavra destes terá o peso daqueles que estão no seu patamar.
Todos se idiotizaram dentro de grupos dos quais julgam pertencer, mas ao mesmo tempo não se sentem unicamente parte de um único grupo, pois ser humano, não consiste em ter apenas uma faceta, uma vontade, um desejo, mas várias; mas essa pluralização social já contribui para a individualização da pessoa e por mais inserida que se sinta em um grupo o que sente é solidão. Parte sua é de um grupo, parte de outro e assim os grupos dissolvem a individualidade a isolando no aspecto geral da sociedade.
Segmentadamente, a sociedade se divide em diversas classes de imbecis. A classe de imbecis a qual pertenço, não merece acolhida intelectual no meio dos imbecis justiçadores para a qual trabalho. E o que acho e penso, não tem acolhimento algum em seu meio. Aliás faço parte de um grupo que não encontra voz. Talvez eu pertença ao grupo dos mudos que escrevem à noite para si mesmo com o fito de tentar encontrar algum porquê qualquer. Talvez, ao dos curitibanos que vieram morar no interior e se sentem ignorados pelo que os demais temem de si mesmos. Talvez ao grupo dos funcionários públicos da justiça estadual.
Com a criação de tantos grupos diferentes a dificuldade em se enquadrar num deles faz com que deixemos de existir em sociedade. A sociedade deixou de ser composta por cidadãos unicamente, cada qual tem que representar, ou tenta representar, um segmento da sociedade e expressar o interesse desse grupo. Isso é, em si, a dissolução da sociedade e de uma nação. E por isso, meus caros, por isso, as manifestações públicas nunca surtirão efeito neste país.
Ontem, 15/03/2015, uma população segmentada e dividida foi às ruas gritar unida, mas seus brados divididos eram tantos e tão distintos que não se pode ouvir direito o que queriam dizer.