Se um dia, por mero acaso somente, mas de nunca de forma proposital, alguém esbarrar ou vier a encontrar Deus; alguém, por acidente, numa esquina, numa igreja, numa mesquita, sinagoga, casa ou mansão, venha a ter com Ele, velhinho e barbudo, sisudo, meio Papai Noel, e, então, tire a sua foto, filme-o, descubra o seu atual endereço; traga-o a público, exiba-o nas televisões; converse com Ele, oportunize-se que todos esclareçam pessoalmente as dúvidas universais que sempre assombraram e dirigiram a humanidade; fizessem-lhe um RG, um CPF, enfim encontrassem Deus, o todo poderoso, onipresente, onisciente e tudo mais. O Pai...
Se um dia isso viesse a acontecer, descobririam que Ele, na verdade, não é, nunca foi, e nunca será, mais importante que a fé que tinham nele. Teriam, então de escondê-lo novamente, esquecer o que se passou, torná-lo um impostor, para que tudo pudesse, assim, voltar a normalidade. A certeza da existência de Deus é nada, senão, a incerteza da sua própria existência.