Os
professores do Estado do Paraná protestam contra um projeto de lei
vulgarmente denominado “pacotaço”. Engraçado...
Profissionais
que já não tinham adequadas as condições para bem
desempenharem o seu trabalho, seja por receberem pouquíssimo,
trabalhar muito e com carência de material em instalações
precárias, ainda se veem à mercê de desmandos e desrespeito tanto
do governo e, como se não bastasse, também de seus alunos. E contra
estes, nem mesmo podem esboçar reação ante a qualquer tipo de
agressão injusta cometida contra si, pois, sabemos, a lei brasileira
privilegia ainda mais que os bandidos adultos, os nossos criminosos
juvenis. Ademais, os mestres não podem opor algum tipo de reprimenda
em face do mal que se lhes acomete sem que se arrisquem a se ver
processados como incursos nalgum tipo penal absurdo ou verem suas
morais vilipendiadas em qualquer tipo de escândalo midiático.
Ser
agredido moral ou fisicamente em uma escola é algo que os
professores estão sujeitos sem nunca terem sido preparados, se é
que há meios de se preparar alguém para tal. São tantas as agruras
do lecionar no Brasil e tão poucos os benefícios e desrespeito, que
ser professor, realmente, deve ser o exercício tão só do amor e da
ideologia. E, parece mesmo, que todo professor o é, somente por amor
ou convicção. Que nobre ofício... Não o fosse por suposta
inteligência o seu exercício, seria burrice a sua aspiração.
No
entanto, a precariedade do ensino no país é latente, patente e de
conhecimento geral, só que o objeto da crítica errado, mentiroso,
desinformado. Não se faz nem necessário mencionar o Gramscismo no
ensino, até poque a avassaladora maioria nem saberia do que se
estaria tratando. É de formato Gramcista o ensino brasileiro? Sem
dúvidas; inquestionável. Mas, para quem já foi tão vitimado por
este sistema de ensino a ponto de não possuir condições de
refletir a esse respeito, ou, caso queira refletir, ou mesmo anseie
por uma informação correta, ao recebê-la, teria a “vontade” de
mudar a si mesmo e tudo o que aprendeu até o momento? A estes, meu
apelo é óbvio. Não sou um gênio, e nem é necessário muito
esforço, ou que se faça um aprofundamento filosófico, para se
verificar qual o principal problema do nosso ensino. O único esforço
necessário para se perceber que a culpa maior pela nossa má
educação é unicamente dos nossos mestres e se faz evidente na
situação sócio-político-econômica-pseudointelectual que vivemos
hoje, é um esforço mnemônico. Só é preciso relembrarmos como
fomos ensinados nos ensinos fundamental, médio e superior.
Seja
dentro de uma escola pública com corredores sujos e paredes mal
pintadas, repletas de filhos da miséria; seja numa escola
particular, com suas carteiras impecáveis, quadro-negro e giz em
abundância, o conteúdo programático dado, o conhecimento,
propriamente dito, repassado é o mesmo e a forma como é
apresentado, também. E nesse contexto, - o qual julgo ser o mais
importante -, a responsabilidade é exclusiva dos docentes. As
melhorias neste aspecto encontram-se unicamente nas mãos, ou melhor,
nas palavras desses que lecionam em sala de aula e nada fazem para
mudá-la.
Aliás,
antes mesmo das instalações físicas ou quaisquer outros poréns
negativos dentro do sistema educacional e somente se excetuando dessa
comparação o quesito remuneração, julgo que o modo como se
leciona seja o aspecto mais execrável. Digo, pois independentemente
do ambiente no qual se leciona, boas ideias e conhecimento podem ser
transmitidos. E o mais essencial, que é ensinar o ser humano a
pensar foi e ainda é absolutamente preterido no processo de ensino
nacional. Só nos foi e é ensinado algum tipo de raciocínio no ramo
matemático, físico ou químico e ainda assim por inculcamento de
aplicações de fórmulas cuja explicação ou fundamento, na maioria
das vezes, se omite, restringindo-se o raciocínio à mera aplicação
daquelas.
Então,
vamos lembrar:
Quem,
durante o ensino médio, nas suas aulas de história, cujos
fatos além de nos
serem ensinadas com uma
ausência completa de ordem cronológica, ouviu falar das
reais consequências
da Revolução
Comunista na União
Soviética?
Referiram-se sim aos seus "heróis" mas das suas milhões
de vítimas, alguém ouviu sequer uma única referência? Uma
tímida, qual seja,
referência ao
homicídio sistemático de mais de 60 milhões de seres humanos? Da
construção de campos
concentração? Do
massacre de Katyn, na Polônia?
Não
causa estranheza, lecionarem
que Hitler, através do Nazismo, matou cerca de 6 milhões de judeus,
mas não falarem
uma mísera palavra
a respeito do genocídio cometido na China pela mesma ideologia
comunista da URSS, vitimando assim mais de 70 milhões de pessoas?
Não que judeus não tenham sido vitimados pelo nazismo, mas nos
omitiram o que lhes é conveniente. Quantas vezes proferiram a
palavra burguês nas salas de aula a não ser no sentido comunista?
Ou
de elite com
sentido pejorativo? Qual o
seu conceito associado imediatamente a estas
palavras? Burguês e
elite, significam -lhe algo de bom?
Jamais, pois, do
modo como se nos
foram
expostos esses
conceitos, impossível
terem outra conotação, pois
a realidade
nos fora omitida.
Não que não saibam da
verdade. Apenas acabaram contando o que mais lhes convém.
Construíram uma
ideologia em que o trabalhador é um ingênuo explorado e o
empregador um explorador amoral.
A
história mundial foi propositalmente e maliciosamente ensinada como
uma matéria a parte ou
específica para que se facilitasse comparações
de cunho moral entre
estas
com o fito de
desenvaidecer o
nacionalismo ao mesmo tempo que cria
uma cisão entre a
história brasileira e
história do mundo;
coloca-a como um fenômeno a parte, desatada do restante
da humanidade.
Ao
se aprender a história de Tiradentes (um dentista usado como bode
expiatório; esquartejado para “proteger” seus “comparsas”
revolucionários; um mártir; quase um cristo retratado em nossos
livros, mas, no entanto, o foi de uma revolução vazia, cuja
ideologia, se existiu alguma, não nos fora ensinada. Exaltaram o
agir, menosprezando a inteligência. Tiradentes foi o prático de uma
conspiração revolucionária linda. Aos teóricos, nunca foram
cedido um espaço. Sabe-se que o comunismo exalta o praticismo, e que
considera a teoria como derivada da prática. Isso não faz patente a
estratégia comunistas por trás do ensino?
Isso,
ao mesmo tempo que se analisarmos sob o outro aspecto dessa
metodologia, quando comparamos o nosso herói tupiniquim com o
vigoroso herói espartano o rei Leônidas, qual brasileiro, se
pudesse
escolher, gostaria
de ser
um Tiradentes? Qual
dentista descabelado é mais homem que o símbolo da virilidade
espartana. Mas, no fim,
Tiradentes é
o que somos, pois para isto fomos doutrinados. Assim
fomos educados pelos
nossos “ilibados”
mestres. Busque qual herói há dentro do conteúdo programático das
escolas que represente um brasileiro de moral inquestionável,
honrado ou virtuoso?
Somos todos Macunaímas,
Lampiões, Lamarcas, cujas morais são tão questionáveis que nos
insiram que normal é ser um pouco imoral. Não que nossos heróis
sejam mais humanos, e por isso mais verdadeiros que os do resto do
mundo, mas são mais sujos e desvirtuados que todos os demais. Houve
honra até mesmo no Pancho Villa, mas nossos heróis tinham vícios
demais para tão pouca virtude.
Esses
exemplos ajudaram a constituir uma nação de corruptos ou de entes
facilmente corruptíveis.
E
nossos Dons? Todos
os nossos governantes no
Brasil império
tiveram, mas com razão, todas as suas vergonhas expostas. Amantes,
falta de higiene, uma proclamação da “república” por
conveniência e covardia; “o quinto dos infernos”, era como
éramos referidos por essa nobreza da forma como fora nos lecionado a
respeito dos primórdios do nosso Brasil. Tratados violados,
opressões, explorações por parte da elite, sempre
da burguesia contra o
proletariado. “Os ricos mais ricos...” foi
o ensino não declarado do conceito de luta de classes comunista.
Poderia
escrever um livro somente da forma como a história nos foi ensinada,
mas creio que os presentes exemplos sejam suficientes para comprovar
que tudo foi construído de maneira a crermos que somos explorados;
que as mudanças somente ocorreriam
por meio de violência advinda das classes inferiores; que tudo deve
mudar, pois nada há que se orgulhar na nossa história e,
principalmente, que
ALGUÉM tem de fazer algo a
esse respeito, mas não nós.
Alguém tem de nos dizer o que fazer. Não
fomos doutrinados a liderar. Liderança é algo inato. Não se
ensina. Fomos ensinados a seguir, como rebanhos, para que os,
literalmente, eleitos nos guiem. Fomos
tão roubados desde o
início de nossa história, seja pelos portugueses, seja pelas elites
que sermos roubados
chega a ser moralmente aceito.
Nos
ensinaram bem a seguir ideias,
modismos e conceitos, e
nada temos para nos orgulhar. Aliás,
o exemplo da
martirização do Tiradentes, agrega todos os aspectos aspirados para
se formar um bom idiota cidadão comunista. Ao mesmo tempo que nos
ensina como agir (de
acordo com os interesses de um ideal),
denigre a imagem do agente. Esta cisão é a esperada conclusão: o
agir por algo maior, torna até mesmo um indigente em imponente.
Ensinaram-lhes
algo a respeito da história dos EUA, além da colonização? Da
doutrina Monroe (América para os americanos), satirizada por todos
os meus professores de história? - chegaram-me a dizer que as
colônias americanas foram constituídas por ladrões e outra espécie
de bandidos expulsos da Inglaterra. Quantas referências você teve
do imperialismo americano? Quantas explicações no sentido de
fazê-los parecerem um "bando" de aproveitadores,
especuladores, até mesmo fazendo conter nos livros didáticos
charges satíricas do "Tio Sam"? Quantas relações da sua
imagem ao Capitalismo Selvagem? Um país ávido de controle mundial,
a polícia do mundo(!) e uma série de outras emblemáticas relações
com a política da opressão, não nos foi ensinado?
O
Comunismo matou mais no mundo que qualquer gerra ou que os Nazistas e
isso tudo se somadas todas elas. Pergunto quantas vezes numa aula de
história o posicionamento dos EUA não foi colocado como o de meros
oportunistas? Que após a Segunda Guerra Mundial, os americanos se
desenvolveram economicamente de forma oportunista? Que a revolução
industrial beneficiou um país capitalista oportunista, qual seja, a
Grã-Bretanha? Mas que foi graças a industrialização que o Brasil
se sentiu pressionado por aquele país e somente após isso, se viu
obrigado a libertar os seus escravos, nunca alguém lhe contou, por
certo.
Até
mesmo chegaram a ensinar, porém a título de curiosidade, que eles
não sabiam nada de história. Que seu ensino era patético. Que
chegavam a questionar a genialidade de Santos Dumont, por acreditarem
que os Irmãos Wright foram os verdadeiros inventores do avião. Que
para os americanos o rio Amazonas não era o maior e mais volumoso do
mundo, mas sim um rio chamado Mississipi. Que o mapa mundi dos EUA
ilustrava o Estado do Amazonas como sendo território internacional!
Tantos os absurdos professados por nossos tão eminentes professores,
que não se sabe se crentes ou não de tais mentiras, fizeram do
exercício da sua nobre profissão um crime!
A
história mundial ensinada, se resumiu a um aglomerado de reações.
De ação e reação. E esta a causa de revoluções. O governo mal;
o mundo mal; um mundo que oprime e explora; o MUNDO É DO MAL! Foi o
que nos foi ensinado.
Lembro-me,
também, de um único professor de matemática que nos ensinou como
foi criada a fórmula para cálculo das progressões aritméticas.
Esse tipo de conhecimento conceitual ao ser repassado é
incorporado na mente do interlocutor como se fosse um sentimento,
logo, o conceito passa a ser parte integrante do seu intelecto e não
mera ferramenta. Entendido o conceito, não se faz necessário que se
decore uma fórmula, pois o caminho para se alcançá-la lhe foi
mostrado. A pessoa não aprende a ideia, ela passa a sentir um
conceito. Todavia, o que não é ensinado é a inteligência por trás
de uma criação ou descoberta. As fórmulas são as ferramentas que
derivam disso. São as conclusões. Mas contrariamente a isso, e em
termos gerais para todas as matérias, o que é ensinado no Brasil é
a apresentação da ferramente e em que circunstâncias essa deve ser
utilizada.
A
física também padece do mesmo mal. Os conceitos da física
Newtoniana do ensino médio perdem-se em meio a meras aplicações de
fórmulas. Perdem-se a ideologia e a filosofia, mesmo que errônea e
falha do aspecto filosófico, de Sir Isaac Newton. Não há espaço
ao debate. Não há o que se questionar; somente há o que se aplicar
(fazer), quando o objeto do ensino é a fórmula. Abrir alas ao pífio
ofício de resolver problemas, cuja teoria se restringe a regras da
física aplicáveis somente dentro de um ambiente específico,
exclui-se a sua a aplicabilidade e utilidade maior na vida real e
prática.
O
raciocínio inovador que provém de um bom debate, da colisão de
ideias contrárias, simplesmente se desvaneceu ante a priorização
da aplicação dogmática de fórmulas. Nada se ensina do antes, do
"como?" ou "de que maneira?", somente se repassa
a conclusão, o fático e já mastigado dever de aplicar algo, sem
que se caiba um singelo questionamento do seu porquê. Ensino é, e
sempre o foi aqui, doutrinação. Não há mente livre; todas são
direcionadas. O todo professado no ensino nacional, nada mais é que
resto. Resto é tabela; seja da tabuada ou de elementos químicos.
Isso é nada mais que a aplicação do símbolo do Tiradentes a todas
as matérias no ensino que é voltado não ao conhecimento, mas a
inserção prática de cidadãos práticos, nada além de medíocres
(ou abaixo disso) frutos dessa didática.
Lembro-me
de uma audiência criminal na qual foi chamada a depor uma psicóloga
responsável pela emissão de laudo técnico a atestar a incapacidade
intelectual do réu. Quando perguntada pelo juiz acerca do método e
do teste empregado, esta esclareceu que utilizara um método
científico consistente em uma série de perguntas específicas, no
desenho de figuras específicas, e na associação de imagens a
ideias - como num exame psicotécnico. E que de acordo com um padrão
de respostas e características dos desenhos, poder-se-ia aferir
traços da personalidade de uma pessoa, podendo-se aferir indícios
ou certezas de uma psicose, uma perversão, esquizofrenia dentre
outras patologias. Porém, quando perguntada a respeito de que forma
especificamente um traço feito num desenho, ou um detalhe, repercute
num diagnóstico específico de uma doença ou debilidade, a
profissional não tinha a menor ideia de qual o fundamento utilizado
para se chegar a tal dedução. Qual o critério científico
utilizado na criação do teste, nunca fora do conhecimento da
psicóloga. A ela coube apenas, aplicar uma ferramente e de acordo
com parâmetros pré estabelecidos enquadrar a pessoa objeto do teste
num pré-determinado perfil psicológico. Inseri-la numa tabela.
Acredito
que a maioria dos psicólogos não tenham conhecimento real de qual
metodologia foi empregada para se criar o teste e baseado em que
foram obtidas as suas conclusões. São meros empregados da
psicologia. Como um servente de pedreiro que mistura o cimento água
e pedra pra fabricar concreto, mas desconhece a reação química por
trás da obra.
Mas,
por acaso, ao conhecermos uma pessoa que se apresente como professor,
qual a sua primeira impressão. Não é de querer consolá-lo ao
mesmo tempo em imediatamente nos colocamos em condição inferior
intelectualmente e respeitamos tudo o que este cidadão nos diga?
Isso porque a eles se vinculou uma imagem dogmática de intelectuais.
Eu mesmo quando alguém a mim assim se apresenta, tenho vontade de
afagar-lhe a cabeça e dizer: Puxa como vocês são heroicos!
Tadinhos. A vontade é grande, até me lembrar o quanto estes não
passam de idiotas, por terem me ensinado tanta porcaria. Quanto tempo
me fizeram perder com conhecimentos vazios e omissões maliciosas.
Tiraram-me a infância e juventude, expondo-me a conceitos
inverídicos e, principalmente(!), não nos ensinaram a pensar!
Toda
vítima que assume a personalidade de seu agressor, passa a ser tão
criminoso quanto aquele. Se foram vítimas de um sistema que lhes deu
armas, em vez de usá-las contra os seus agressores as apontaram para
as cabeças dos inocentes.
Como
tudo poderia ser diferente!
Então,
hoje, quando assisto ao noticiário mostrando as manifestações dos
professores, enclausurados em barracas dia e noite, expostos,
humilhados pelo poder público, a imagem que me vem não é a de
“coitadinhos” que estariam, além de tudo, nos ensinando como é
que se faz um protesto; mas é sim, a de que estão tendo o que
merecem. Até hilário pensar que um Beto Richa, tenha sido um de
seus alunos. E, talvez, o que melhor tenha aprendido! Pois se o país
hoje se encontra na situação em que se mostra (em todos os
aspectos) é graças ao ensino. E ensinar é a
responsabilidade deles. Esse poder público do qual são vítimas é
o mesmo que ajudaram a construir. Nunca se viu um Brasil tão burro,
imoral e desvirtuado. E, agora, que necessitamos de mentes pensantes,
somente temos os agentes. É a prática precedendo a teoria. É a
subversão comunista. O protesto é a consequência do mal que os
professores ensinaram o Brasil a ser.